segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Algumas reflexões...

O curso de Pedagogia à distância teve seu início a quatro anos atrás. Durante todo o percurso muito se viu e ouviu. Muito se dialogou e cresceu.
Cresci pessoal e profissionalmente, e toda este crescimento é evidenciado na prática que experimentei durante meu estágio e toda a coragem de mudar que tive.
Não se trata de um elogio, mas de uma reflexão acerca do quanto eu cresci e hoje sou melhor.
As reflexões que realizei neste espaço durante todo este semestre, trazem algumas evidências claras de todo a transformação a que me submeti.
Posso afirmar que meu trabalho de conclusão é “fruto” de um trabalho artesanal que professores e tutores compartilharam e desenvolveram conosco. Todas as relações que estabeleci entre as interdisciplinas estudadas ao longo do curso com meu TCC, mostram o quanto aprendi durante todo este tempo. Caso contrário, não teria o que refletir e lembrar.
Confesso que quando iniciei estas reflexões, parecia não ter aprendido nada, muito menos as disciplinas estarem ligadas ao meu TCC. Enganei-me.
O meu trabalho de conclusão é a mostra de tudo que aprendi, ou melhor, a expressão de que nada está pronto e nem um dia estará. Meu TCC não se encerra por aqui, muito menos minhas reflexões e minha capacidade de aprender, pois hoje encerro as reflexões deste curso, acreditando ser elas, o início de um novo caminho de reflexão e descobertas.
Sou uma pesquisadora, e para um pesquisador não existe conhecimento limitado... simplesmente não existe fim, é sempre começo...

domingo, 28 de novembro de 2010

Eixo 9...

O meu desafio para este semestre teve início no meu estágio, desde que passei a desenvolver e experimentar com meus alunos a metodologia pedagógica de Projetos de Aprendizagem.
Durante as experiências que realizei em sala de aula sempre tive como meta trabalhar com projetos, pois os considerava um meio de desafiar meus alunos. Entretanto, esta metodologia se limitava ao hábito de planejar atividades estruturando conteúdos pré-determinados dentro de um mesmo assunto, pensando ser esta a forma de transformar a educação.
Neste contexto, ao longo do tempo, era notável o cansaço dos alunos, e até mesmo o meu, diante de repetições do mesmo assunto, muitas vezes desvinculados dos interesses e necessidades que os alunos apresentavam.
Vivenciando uma nova experiência em sala de aula, cujo trabalho esteve embasado na metodologia de Projetos de Aprendizagem, percebi que os resultados superaram as expectativas, e embora alguns passos possam ser comparados à prática pedagógica de projetos já explorados por mim, percebia a singularidade que esta nova proposta apresentava.
Estas observações e reflexões é que permitiram construir meu trabalho de conclusão, através desta inquietação: Projeto: um conceito singular?
Meu objetivo é simplesmente mostrar que não pode haver comparações apenas de teorias, mas que a prática é que é capaz de evidenciar qualquer discurso acerca de um conceito, principalmente relacionado a educação.
Não podem existir “confusões” entre metodologias de trabalho, mesmo porque a prática de Projetos de Aprendizagem não é igual a outras concepções de projetos. Sua experiência e resultados são diferentes.
É preciso refletir sempre, comparar práticas, determinar novas formas de construção de conhecimento, pois a educação não é algo pronto, mas em construção.

domingo, 14 de novembro de 2010

Eixo 8...

Mais um semestre se aproximava. Agora o momento de observar na prática se tudo o que até então fora estudado, analisado, questionado realmente se adaptava ao contexto em que se inseria.
Surge no Eixo 8 a proposta de Estágio. A reta final do Pead. Uma oportunidade de inovação.
Mas o que era inovar?
No início da prática, a acomodação gritava e não dava espaço para que todos os conceitos e métodos estudados se tornassem prática.
A acomodação ocultava a inovação, e inovar era apenas uma discussão de professores estudantes, uma utopia.
Surgem as provocações e o desfio de desenvolver Projetos de Aprendizagens com crianças do 3° ano do Ensino Fundamental de uma escola sem computadores, muito menos acesso a Internet.
Seria possível?Foi.
A experiência mostrou que inovar não é apenas conversar, estudar, mas é desafiar-se e desafiar o outro ao novo. Não importa se a tentativa não der certo, importa tentar.
Para tanto Paulo Freire diz que mudar é difícil, mas é possível (1996, p.47).
E se assim não possa acreditar um professor, a ele o ato de educar não lhe pertence...

Referência:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção leitura).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Eixo 7...

Durante esta semana, realizando uma atividade da disciplina eletiva de matemática, fui questionada quanto ao uso da calculadora nas salas de aula, se estas podem construir conhecimento.
Respondi que podem desde que não substituam o hábito de pensar, mas que seria um instrumento importante para aproximar os alunos de sua realidade.
Hoje visitando o Eixo 7, em especial a interdisciplina de “Linguagem e Educação”, faço algumas reflexões acerca do conceito de letramento, uma vez que este também é motivo de discussão acerca de como aproximar a escola e a realidade, por meio de atividades contextualizadas, respeitando os conhecimentos prévios de cada aluno.
Nos dias de hoje a leitura é uma experiência, pois lemos livros, jornais, placas, rótulos, mensagens, recados, cartazes e a calculadora, pois o código escrito faz parte da vivência de alfabetizados e analfabetos.
Analfabeto também lê o mundo, codifica o código escrito porque é um sujeito letrado, observa letras e números.
“Podemos definir hoje letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”. (cf. Scribner e Cole, 1981).
Por isso falar de linguagem é amplo demais, pois não é preciso estar na escola para conhecer o código escrito e usar a calculadora, mas a escola sim, precisa estar sintonizada com toda esta experiência, que não é passado de uma criança, mas a sua própria realidade.

Referência:
KLEIMAN, 2006. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eixo 6...

Visitando o eixo 6, reencontrei a interdisciplina “Desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da psicologia II”, e nela encontrei algumas reflexões acerca do conceito “aprendizagem”.
Vivemos num mundo que sofre inúmeras alterações, estamos diante de uma realidade que precisa ser conhecida, para poder ser acertada ou até mesmo reestruturada.
Diante de nós há um mundo infinito para ser descoberto, conhecido e explorado. Muitas são as formas de conhecer e desde muito cedo vamos ampliando nossos saberes. Tudo o que pode ser explorado, ensinado por alguém ou descoberto por si próprio é ato que pode se tornar uma aprendizagem.
Ao desenvolver o meu TCC, analisando o conceito “projeto” percebi que para todas as metodologias o objetivo é que os alunos alcancem aprendizagem, propondo atividades escolares em que o aluno experimente por si próprios diferentes assuntos, por meio de experiências e contato direto com o objeto de aprendizagem.
Entretanto, segundo Piaget “uma escola ativa não é necessariamente uma escola de trabalhos manuais”. É possível sim, como afirma Piaget, que o conhecimento possa ser adquirido por meio da experimentação ou não. Às vezes é necessário um contato mais real, porém em muitas de nossas aprendizagens podemos ser sujeitos ativos simplesmente no ato de dialogar, concordar, e principalmente duvidar.
Diante das reflexões que fiz no meu trabalho de conclusão, a partir de experiências que vivenciei no meu estágio através da metodologia de Projetos de Aprendizagem, posso afirmar que a aprendizagem é processo contínuo de formulação e reformulação de hipóteses, num ato constante de duvidar, questionar, desafiar-se a conhecer sempre.

Referência:
MARQUES, Tânia B. I. Epistemologia Genética.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010


Eixo 5...

Visitando o Eixo 5, encontrei a interdisciplina “Psicologia da Vida Adulta”, e nela uma atividade que se chamava “Projeto Temático”.
Confesso que a atividade e o nome da disciplina que se apresentavam, não pareciam ter relação alguma. Entretanto, analisando a atividade hoje, é que pude perceber o quanto o curso apresentava uma proposta interdisciplinar.
O objetivo da atividade era desenvolver um projeto de pesquisa, e observar o quanto o trabalho colaborativo é essencial tanto para a prática pedagógica, quanto para as nossas aprendizagens.
Hoje, no desenvolvimento do meu TCC é que realmente começo a compreender melhor as coisas, entender alguns sentidos que não pareciam claros, mas que também nunca mais foram refletidos.
Desta forma, lembro-me de mais uma reflexão desta mesma interdisciplina, quando pensava sobre o que era ser adulto, uma tarefa difícil de ser definida.
Há uma sucessão constante dos estágios de desenvolvimento, como define Piaget, entretanto a idade cronológica não define um ser adulto, naturalmente pelas diferenças que constituem as pessoas. Cada um evolui nos estádios cognitivos, quando constrói a relação do conhecimento com o meio.
Acredito que atingi a idade adulta, não pela idade que tenho, mas pelas relações que hoje estabeleço com as pessoas e com o meio que estou inserida. Todo este meu desenvolvimento cognitivo é explicado pela vivência das diferentes etapas que “experimentei” e continuo experimentando.
É por isso que me definir como adulta é uma tarefa difícil, porque se permitir “ser criança” é lembrar que as fases da vida apenas estão começando...

Referência:
MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Aprendizagem na vida adulta.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eixo 4...

Visitando o Eixo 4, logo observei a interdisciplina de Matemática, esta que me possibilitou a organização de atividades que foram úteis para muitas aulas planejadas durante o estágio, sendo que hoje optei pela disciplina eletiva que ainda aborda conceitos desta área do conhecimento.
Entretanto a interdisciplina de Estudos Sociais, numa atividade cujo título era “Propostas pedagógicas e projetos de aprendizagem”, chamou a minha atenção e me fez relembrar a quanto tempo o curso vinha propondo a “pesquisa” em sala de aula, de forma que pudéssemos imaginar um novo ambiente escolar, ou ainda uma nova organização do currículo escolar relacionado inteiramente com a sociedade.
A escola é algo presente nas aprendizagens sociais das crianças. Os Estudos Sociais, como qualquer outra interdisciplina escolar, possui suas individualidades, seus objetivos. Ele possibilita entender que todos nós somos seres históricos, fazemos história, sofremos influências históricas e então podemos influenciar.

Cabe à educação escolar possibilitar à criança uma participação cada vez maior, em comunidades cada vez mais amplas, oferecendo-lhe sistematicamente oportunidades de convivência social, através das quais ela estará vivenciando as regras próprias desse convívio. O enriquecimento das vivências afetivas e cognitivas, o “conviver com outros”, é ponto fundamental no trabalho com Integração Social. (ANTUNES [et al], p. 9)

Assim, diante de datas comemorativas, de assuntos relacionados a família, ao município, ao hino nacional, a bandeira ou qualquer que seja abordagem que a escola venha propor; não cabe a nós professores limitar qualquer assunto, mas torná-lo uma fonte de pesquisa de acordo com o interesse e o prazer que move aquela aprendizagem.
Hoje no meu TCC venho trazer esta reflexão acerca de projetos nas escolas, de que não podem ser confundidos como iguais, mas que só aqueles que se fundamentam numa verdadeira metodologia de pesquisa é que produzem resultados mais significativos.

Referência:
ANTUNES, Aracy do Rego; MENANDRO, Heloisa Fesch; PAGANELLI, Tomoko Iyda. Estudos Sociais: Teoria e Prática. Rio de Janeiro, ACCESS, 1999.