quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Eixo 7...

Durante esta semana, realizando uma atividade da disciplina eletiva de matemática, fui questionada quanto ao uso da calculadora nas salas de aula, se estas podem construir conhecimento.
Respondi que podem desde que não substituam o hábito de pensar, mas que seria um instrumento importante para aproximar os alunos de sua realidade.
Hoje visitando o Eixo 7, em especial a interdisciplina de “Linguagem e Educação”, faço algumas reflexões acerca do conceito de letramento, uma vez que este também é motivo de discussão acerca de como aproximar a escola e a realidade, por meio de atividades contextualizadas, respeitando os conhecimentos prévios de cada aluno.
Nos dias de hoje a leitura é uma experiência, pois lemos livros, jornais, placas, rótulos, mensagens, recados, cartazes e a calculadora, pois o código escrito faz parte da vivência de alfabetizados e analfabetos.
Analfabeto também lê o mundo, codifica o código escrito porque é um sujeito letrado, observa letras e números.
“Podemos definir hoje letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”. (cf. Scribner e Cole, 1981).
Por isso falar de linguagem é amplo demais, pois não é preciso estar na escola para conhecer o código escrito e usar a calculadora, mas a escola sim, precisa estar sintonizada com toda esta experiência, que não é passado de uma criança, mas a sua própria realidade.

Referência:
KLEIMAN, 2006. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola.

Um comentário:

Nadie Christina disse...

Oi querida,

Achei interessante trazeres a "calculadora" e associar com a interdisciplina de Linguagem e Educação. Para contribuir com a tua reflexão sobre o tema sugiro que incluas algumas leituras sobre o conceito de "Numeramento"(Numeracy em inglês, Numeracia em português de Portugal). Este conceito se refere a habilidade de trabalhar com números e operações matemáticas (um código que difere do alfabético). Tenho conhecimento de um grupo, na UFMG, que está discutindo este conceito desde 2005 e já tem algumas publicações (dissertações de mestrado) que podem contribuir para a tua reflexão sobre, entre outras coisas, o uso da calculadora. Deixo como sugestão e me disponho a continuar discutindo o assunto.
Um carinhoso abraço,
Profa. Nádie