domingo, 11 de novembro de 2007

Bienal

A 6ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre é um sucesso.
Visitar o Santander Cultural, com obras de Jorge Macchi é um privilégio de poucos.
De várias obras conhecidas e mediadas por uma menina que nos conduziu perfeitamente, destaco uma que acabo de conhecer via Internet:


Nocturno, as notas musicais da partitura são marcadas com pregos.

De acordo com toda a proposta da Bienal, nesta obra fica evidente a busca do que está além do que previamente vimos.
Que notas musicais são estas?
Estão presentes ou ausentes?
O que fazem pregos nesta obra?
Estas são apenas algumas questões que poderiam ser abordadas acerca desta obra.
Realmente é uma rara oportunidade, ser presença em meio a tantas obras e convidada para pensar significados a partir do que foi proposto pelo artista.


O que é música?

Segundo o dicionário música é “arte de combinar tonalidades e sons de maneira agradável ao ouvido”.
Nos dias de hoje este significado tem perdido sua proposta, sua real intenção.
Ouvimos e falamos (cantamos) porcarias, nem por isso deixamos de cantar ou falar, talvez porque não paramos para pensar nas palavras que estão sendo ditas.
Disse Henry Ford que “Pensar é o trabalho mais difícil que existe, provavelmente, essa é a razão pela qual tão poucos se aventuraram a fazê-lo”.
Envolvemos-nos pouco com a criticidade, e nos envolvemos muito na recepção e acomodação.
Talvez pensamos pouco, e por isso cantamos meras repetições de músicas vazias, que não têm nada a dizer e nem a nos completar ou simplesmente nos acrescentar.
Disse Alisson Ávila que
“No caso da música popular brasileira - pelo menos nos últimos longos dez anos! -, essa porcaria emana sobretudo de inesgotáveis ale auês que celebram desde frondosas dores-de-cotovelo até ela, preferência nacional, a bunda”.
Se música é algo agradável aos ouvidos, como podemos considerar a “bunda” e “as dores de cotovelo” músicas?
Música tem sido um comércio, uma oportunidade de pessoas que têm deixado tons e melodias com letras vazias, que não dizem nada.
A música nunca perdeu seu significado, foram as pessoas que criaram uma banalização acerca de uma oportunidade de tornar as palavras mais bonitas.
Que pena, pois quem perde somos nós ouvintes...